Título- Marilha
Autora- Cristóvão
de Aguiar
Literatura
Portuguesa/Açoriana/Prosa
Mar, Ilha;
Ilha, Mar. Dois pólos de quinhoada solidão pelo mundo e as suas partes em
silêncio repartida. Mar, Ilha. E quem ousará adivinhar por que misteriosa
transformação ortoépica não teriam ambos evoluído, semanticamente, para Marilha
(o mar marulha ou marilha?), depois para Marília, o nome de mulher, o teu,
igualmente de sismo e de ciclone sitiado num nordeste só meu? Herdei-o de um
Setembro de vindima muito escassa...
Biografia
Depois de Vitorino Nemésio, é considerado o maior escritor da literatura de
autores açorianos e um dos de maior importância no panorama da Literatura
Portuguesa contemporânea.
É licenciado em Filologia Germânica pela
Universidade de Coimbra, que frequentou de 1960 a 1971. Cumpriu o serviço
militar na Guiné Portuguesa, de 1965 a 1967, período durante o qual teve que
interromper os seus estudos. Tornou-se leitor de Língua Inglesa na Universidade
de Coimbra em 1972.
Foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique em 2001 e homenageado pela Faculdade de Letras e
Reitoria da Universidade de Coimbra em 2005, por ocasião dos quarenta anos da
sua vida literária, tendo sido publicado um livro, "Homenagem a Cristóvão
de Aguiar", coordenado pela Prof. Doutora Ana Paula Arnaut, o qual contém
a generalidade das críticas e ensaios publicados sobre a obra do autor durante
a sua vida literária
A trilogia romanesca Raiz
Comovida (1978-1981) é a sua obra mais importante. Merece também
realce a sua Relação de Bordo (1999-2004), em 3 volumes, um
dos mais interessantes diários da literatura portuguesa.
Obras
Poesia:
·
Mãos vazias (poesia, 1965);
·
O Pão da Palavra (1977);
·
Sonetos de Amor Ilhéu (1992)
Prosa:
·
Cães letrados, contos (2008)
·
Braço tatuado, retalhos da Guerra Colonial, 2006
·
Ciclone de Setembro, 1985, romance ou o que lhe queiram chamar
·
Grito em chamas, 1995, memórias
·
Passageiro em trânsito, 1988
·
Marilha, sequência narrativa (inclui "Ciclone de Setembro e Grito em
Chamas".7
·
Com Paulo Quintela à mesa da tertúlia, nótulas biográficas
·
A descoberta da cidade e outras
histórias, 1992
·
Miguel Torga - o lavrador das letras, 2007, no I centenário do nascimento do Autor
·
Catarse, diálogo epistolar em forma de romance (escrito em colaboração com
Francisco de Aguiar)
·
Charlas sobre a Língua Portuguesa -
alguns dos deslizes mais comuns de linguagem, 2007
·
Trasfega, casos e contos, 2003, (Prémio Miguel Torga, 2002)
·
A Tabuada do Tempo - a lenta narrativa
dos dias (Prémio Miguel Torga, 2006)
·
O Coração da Memória, 2014
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